começou ontem a 13ª edição da FLIP, a Festa Literária Internacional de Paraty, festival que acontece todos os anos desde 2003 e que colocou de vez o Brasil no circuito literário internacional! 😀
este tipo de evento acontece em várias cidades do mundo e reúne editoras, autores, ilustradores e inúmeras pessoas e empresas ligadas à literatura de várias partes do planeta para discutir produção literária, a indústria do livro, leitores e leituras e novos rumos. todo ano, um autor brasileiro é homenageado; primeiro foi Vinícius de Moraes, depois Guimarães Rosa, Clarice Lispector, etc. e este é o ano do Mario de Andrade! autores internacionais vêm de visita à simpática cidade carioca para dar palestras e participar de mesas de debate com autores nacionais, e são oferecidas oficinas e outros eventos paralelamente às discussões principais. durante esses cinco dias, Paraty se torna o centro do mundo: milhares de turistas passeiam pelas ruas e pontos históricos, onde cruzam com escritores famosos e diversas celebridades.
desde a primeira edição havia espaço na programação para a produção literária voltada às crianças, que, a partir do segundo ano, passou a ser chamada carinhosamente de Flipinha. este evento paralelo e de grande importância tem como principal objetivo a formação do leitor e o desafio de melhorar a qualidade de vida das crianças da cidade. a Flipinha acontece na sede da Biblioteca da Casa Azul e em várias escolas de Paraty e conta com palestras de autores e ilustradores, oficinas, apresentações de teatro, poesia e música para crianças visitantes e da região. como seu evento-irmão, a Flipinha também tem um quadro de autores nacionais, e o deste ano conta com Odilon Moraes, Diléa Frate, Stella Maris Rezende, João Anzanello Carrascoza entre diversos outros.
deixo aqui para vocês uma pequena amostra de livros escritos por autores da Flipinha 2015:
Awyató-Pót (Tiago Hakiy, Paulinas)
o amazonense descendente dos Sateré-Mawé escreveu diversos livros sobre sua cultura e as histórias de seu povo. neste livro, Tiago escreve quatro contos de Awyató-Pót, figura mítica indígena que representa a bravura dos Mawé – no primeiro, ele descreve o nascimento do curumim, filho de uma índia-cobra com um gavião real; o segundo conto narra como o astuto guerreiro negociou com a Surucucu para levar a Noite à sua aldeia; Awyató-Pót derrota o monstro Juma no terceiro conto; e, no último, como o sapo O ók o engana para casar-se com sua filha.
O voo do golfinho (Ondjaki, Cia. das Letras)
Africano de Luanda, Ondjaki é poeta e escreveu vários livros para adultos e outros para crianças. em O voo do golfinho, o escritor conta a história de um golfinho que gostava de dar saltos para fora do mar; num desses saltos, quando o mar estava liso, ele viu sua imagem refletida nas águas calmas do mar e percebeu o quanto parecia um pássaro. mais do que isso: notou que ao redor dele havia outros pássaros estranhos como ele. uma história linda que fala do sonho de liberdade compartilhado por todos os seres sencientes.
A história de Akykysia, o dono da caça (Rita Carelli, Cosac Naify)
a paulista Rita cresceu em meio a aldeias indígenas brasileiras acompanhando seus pais em filmagens e pesquisas, então ela cresceu, se tornou escritora e ilustradora (entre outras coisas) e passou a contar sobre as histórias de vida das crianças indígenas do Brasil. neste livro, o primeiro da série Um dia na aldeia, da editora Cosac Naify, Rita conta a lenda de Akykysia, o monstro canibal que se esconde na floresta, e como um espero indiozinho da aldeia Wajãpi descobriu seu esconderijo.