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Sobre Ferberização, sono e rotinas infantis – parte 2

Olá!

Nossa, faz o quê? Um mês que não escrevo? rs

Desculpem o sumiço, mas essas últimas semanas foram tão corridas! O bebê ainda não nasceu, mas houve mudança de apartamento, chás-de-bebê, festa de aniversário da mais velha… ufa!

Este post é a sequência daquele post sobre sono e rotina infantis, desta vez sobre o livro Os Segredos de uma Encantadora de Bebês e o “outro” Nana, nenê, que eu só vim a conhecer recentemente por causa da Sha.

Conheci o Encantadora de bebês quando a Elis era pequenininha e, como a maioria dos bebês, não dormia direito, não mamava direito, chorava (não muito, mas na percepção de uma então mãe de primeira viagem era demais!) e deixava mãe e pai malucos. Não me lembro quem me recomendou, mas foi uma verdadeira bênção! rs

Tracy Hogg, a autora do livro, era uma inglesa que trabalhou com vários pais de primeira e seus bebês “indomáveis”, e devia ser uma pessoa muito simpática, porque lendo o livro a gente sente como se ela estivesse falando diretamente com a gente, nos acalmando e dizendo “relaxa, você não está sozinha e seu bebê tem solução”! hahaha

O livro Encantadora de bebês é muito gostoso de ler, bem estruturado e muito bem embasado em pesquisas científicas e na própria experiência da autora. Lendo, temos a sensação de que ela sabe do que está falando. Quando estamos à beira de um ataque de nervos, imaginando que ser mãe é um teste de sanidade impossível de passar, esse livro é como um refresco – ou uma bela xícara de chá de camomila calmante! rs

Resumidamente, Tracy Hogg defende a rotina diária como forma de ensinar o bebê a dormir bem, comer bem e ter uma boa aprendizagem nos momentos despertos. Ela tem umas técnicas com nomes engraçadinhos, que facilitam guardar as instruções na memória. Dentro da nossa abordagem sobre ferberização, contudo, ela está no meio – não é radicalmente à favor de deixar a criança chorando até pegar no sono sozinha, mas também acredita que chorar um pouco faz parte do dia-a-dia de todo bebê, e que as mães (e pais, avós etc.) não devem se descabelar por isso.

Lembro bem que uma das coisas que ela escreveu e que mais me marcaram foi algo assim “quando seu bebê começar a chorar, não se desespere achando que você tem que ‘silenciá-lo’ a qualquer custo rapidamente. Vá até ele imediatamente mas pegue-o tranquilamente, observe-o e tente perceber que tipo de choro é aquele, por que ele está chorando e te chamando, tente eliminar possibilidades antes de tentar qualquer coisa”. Para mim foi um alívio ouvir alguém dizer que “tudo bem seu bebê chorar, você não tem que saber todas as respostas de imediato”! Depois disso foi que comecei a observar a Elis e seus tipos de choro e, calmamente, claramente, pensar em todas as possibilidades e eliminar alternativas uma a uma, sem desespero e sem culpa!

É um livro que eu recomendo a todas as mães/pais de primeira viagem, não só pelo método, mas pela linguagem calma e gostosa, como uma mãe super experiente te guiando para uma posição tranquila de maternagem.

Nessa mesma linha “do meio” em termos de ferberização está o “outro” Nana, nenê, do Gary Ezzo e Robert Bucknam. Esse não é o “famigerado” Nana, nenê, do Eduard Estivill, sobre o qual falei no primeiro post, apesar do título igual. Neste livro, o autor defende mais ou menos a mesma teoria da Tracy Hogg (por isso coloquei os dois no mesmo post) sobre rotina de sono, de alimentação, de atividade, e que um pouco de choro na hora de dormir não faz mal a ninguém (só às mães mais sensíveis! rs)

É um livro curto, de leitura fácil, mas, ao contrário do Encantadora, não é muito agradável nem aconchegante. Gary Ezzo é um pastor evangélico americano que, junto com o pediatra Bucknam, estruturou um método de criação de bebês baseado na vontade dos pais – ou seja, a ideia dele é que tudo (sono, alimentação, atividades) seja controlado pelos pais, ao contrário de seguir a vontade do bebê. É um método super polêmico, porque trata o bebê como um “mini-adulto” que precisa ser “treinado” o tempo todo, e cujas vontades devem ser ignoradas. Tem partes neste livro de arrepiar! Uma delas, bem no começo, é a afirmação do autor que a base para um bebê feliz é uma família bem estruturada: uma mãe e um pai em harmonia. A parte da harmonia é legal e acho que tem ressonância na maioria de nós mães/pais; mas o que não fica claro é: tem que ser uma mãe e um pai? E se for uma mãe solteira? Ou dois pais? Ou duas mães? Ou avós? Isso diminuiria drasticamente as chances de o bebê ser feliz, por princípio?… Ele não diz que não, mas também não diz que sim…

Ao longo de todo o breve livro, Gary contrapõe sua teoria à conhecida teoria do apego, afirmando (sem base científica alguma, vale dizer) que bebês que passam boa parte do tempo no colo (em cangurus, slings ou nos braços) são dependentes, mimados e se tornarão adultos estragados. O que me pega não é nem ele falar mal da teoria do apego ou de maternagem centrada na criança, mas ele não apresentar nenhum argumento válido, comprovado, de que o que ele diz é correto. É tudo assim: “Mariazinha foi criada no colo e é uma menina mimada, ao passo que Joaninha foi criada no berço, chorando, e é uma guerreira”… mas quem disse? De onde ele tirou esses dados? Quem mais corrobora sua afirmação? Ficamos sem saber.

Para minha amiga Sha não ficar brava comigo, preciso colocar aqui alguns pontos positivos deste livro! E tem sim, como tudo na vida tem. 😉

Um dos pontos positivos que Gary coloca, na minha opinião (e que a Tracy também concorda), é um não-radicalismo em relação a aleitamento materno. Ele diz expressamente que leite materno é melhor porque tem anticorpos, é mais leve, de mais fácil digestão etc., mas em nenhum momento defende que leite artificial é um sacrilégio, que mãe que não amamenta não é mãe, que bebês alimentados na mamadeira serão deficientes, problemáticos ou outras maluquices que vemos muitas mães xiitas pregando por aí. Acho isso muito importante, porque uma coisa é defender o que é melhor – e não há dúvidas de que leite materno é melhor para qualquer mamífero –, e outra coisa bem diferente é desprezar a alternativa e desmerecer mães que não quiseram/não puderam amamentar. Felizmente, ser mãe é muito mais do que oferecer leite materno para o filho a qualquer custo!

Enfim, acho que eu estava com saudades de escrever aqui no blog, porque este post está imenso já! Vou ficar por aqui, recomendando a leitura dos dois livros a quem quiser saber mais sobre essas abordagens puericulturais. Mesmo não tendo gostado do livro do Gary Ezzo, acho muito válido que ele seja lido para que mães e pais tenham mais informação na hora de adotar uma postura e poder defendê-la seriamente. Mas o livro da Tracy… ah, que gostoso! rs

Beijos e boa leitura!

(e desculpa detonar seu livro, Sha! rs)

Nana, nenê

 Nana, nenê – como cuidar de seu bebê para que ele durma a noite toda de forma natural

  Gary Ezzo e Robert Bucknam

  Ed. Mundo Cristão

  2013

 128 páginas

 r$ 34,90 (na Cultura)

Os Segredos de uma Encantadora de Bebês

  Os Segredos de uma Encantadora de Bebês

  Tracy Hogg e Melinda Blau

  Ed. Manole

  2002

  318 páginas

  r$ 63 (na Cultura)

Categorias: livros, livros sobre maternidade, livros sobre puericultura | Tags: , , , , , , , , | 7 Comentários

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